É Cidadania, não é um capricho!

Há quem pense que as pretensões eleitorais dos movimentos cívicos que visam promover a participação alargada de pessoas desiludidas com o modo como os “profissionais” da política têm usado e abusado do poder de representação que lhes é confiado nas urnas, não passam de caprichos que desacreditam a seriedade de quem faz da causa pública profissão. Para muitas dessas pessoas, o respeito pela cidadania de quem as elegeu cessa no momento em que são eleitas, ignorando que a cidadania é mais do que mera delegação de competências.
A legitimidade desses movimentos ancora na noção de cidadania enquanto ato de responsabilidade que implica a participação na vida do país e da cidade para melhorar a vida em sociedade. Assim a cidadania compromete quem elegeu e, acima de tudo quem é eleito, recebendo um mandato que tem implícito o dever de zelar pelo bem comum, no estrito respeito pelos direitos humanos, garantindo a defesa da igualdade no usufruto desses mesmos direitos, com especial atenção para os mais frágeis e desprotegidos.
A cidadania exerce-se em primeiro lugar no direito de voto, mas exerce-se também e sobretudo em instituições públicas privilegiadas, responsáveis pelo governo da polis onde é suposto um tratamento de igualdade, independentemente de pertenças sociais, culturais, étnicas, religiosas ou políticas.
Porém, a igualdade de direitos para os movimentos cívicos não está assegurada nem na lei, nem nas instituições cuja missão é a garantia do respeito pelos direitos inalienáveis das cidadãs e dos cidadãos, assumindo antes uma atitude paternalista de desconfiança e menorização desses movimentos, obrigando-os a uma corrida de obstáculos com uma infinidade de exigências a que as forças partidárias não estão sujeitas e que só uma forte dose de resiliência permite ultrapassar. Um desses obstáculos prende-se com a obrigatoriedade de apresentar, em tempo limitado e seguindo regras e restrições nem sempre inteligíveis, um elevado número de assinaturas de munícipes para cada um dos órgãos a que se candidatam: Câmara, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia.
O Movimento cívico Cidadãos por Coimbra, CpC, venceu os obstáculos internos e externos com que se deparou e, mais uma vez, se apresenta ao eleitorado com o compromisso firme e resoluto de lutar pelos direitos de cidadania de quem adotou o município de Coimbra como sua casa. Para além de ouvir as suas vozes e dar eco das suas preocupações, necessidades e anseios nas instâncias em que vier a ter representação, compromete-se a promover regularmente o debate público e aberto sobre os mais diversos temas atinentes à vida do município, submetendo as suas posições a escrutínio público permanente.